quarta-feira, 15 de julho de 2015

Aeroporto de Brasília vai operar com duas pistas simultâneas

As pistas têm 3.300m x 45m e 3.200m x 45m, com espaço de 1,8 km entre elas.
As pistas têm 3.300m x 45m e 3.200m x 45m,
 com espaço de 1,8 km entre elas.
O Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, vai operar, a partir de novembro deste ano, com duas pistas simultâneas. Será o primeiro aeroporto da América do Sul a realizar operações paralelas simultâneas independentes. A operação aumentará a capacidade de pousos e decolagens de 60 para 80 por hora, facilitando o controle de tráfego aéreo nos horários de pico. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão ligado à Aeronáutica, analisou e autorizou o novo procedimento.

O terminal é o único do País com pistas paralelas a uma distância segura para realizar pousos ou decolagens simultâneos. As pistas têm 3.300m x 45m e 3.200m x 45m, com espaço de 1,8 km entre elas. O mínimo exigido para distância entre duas pistas é de 1.025m, estipulado pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). As duas pistas do Aeroporto JK têm uma distância de 50% a mais do que o mínimo requerido.

O diretor do Departamento de Gestão e Planejamento de Navegação Aérea Civil da Secretaria de Aviação Civil, Rafael Botelho Faria, explica que o procedimento é considerado de rotina e não é mais ou menos seguro do que outra operação. “O principal benefício desse tipo de operação é o de diminuir a restrição na quantidade de aeronaves que deveriam decolar ou pousar no aeroporto numa hora-pico. Com o fim dessa restrição ganha-se rapidez no número de movimentos, que aumentam em 33% por hora, passando de 60 para 80. Assim, você permite mais ofertas de horários nos momentos de pico, além de mais infraestrutura para as companhias aéreas operarem no horário e consigam atender maior número de voos e assentos”, analisa o diretor da Secretaria de Aviação Civil.

Segundo ele, a medida também é positiva para a companhia aérea, porque diminui os casos de sequenciamento. “No Aeroporto JK, por exemplo, há uma média de 30 pousos e 30 decolagens por hora. Há momentos em que há mais de 30 aeronaves para pousar e aí o avião é obrigado a entrar na fila, no alto, dando voltas e gastando combustível”, diz. “Com oportunidade de mais voos, você evita ou minimiza a fila, economizando combustível, dando ganho de tempo para os passageiros, colocando mais voos à disposição, facilitando as conexões”, completa Rafael Botelho Faria.

É o que poderia ser evitado numa situação parecida com a do advogado Igor Maia de Castro, 27 anos, que embarcaria num voo de Brasília para Aracaju, vindo do Galeão, no Rio de Janeiro. Para ele, a novidade vai reduzir consideravelmente esse tipo de situação. “Essa medida é muito importante para nós, passageiros. Eu, por exemplo, já enfrentei um atraso de duas horas num voo, por conta de problemas na conexão. Eu estava saindo de Brasília para Aracaju e o tráfego aéreo estava intenso. Meu avião, que vinha do Galeão, no Rio de Janeiro, ficou sobrevoando Brasília. Utilizar as duas pistas ao mesmo tempo facilita muito nos casos de conexão, para eliminar esse tempo dos aviões no ar sem poder pousar. Se todos os aeroportos fossem assim seria muito melhor”, elogia o advogado.

MEDIDA POSITIVA

Com a operação de duas pistas de maneira simultânea, haverá maior capacidade de processamento de passageiros e aeronaves, além de maior conforto para o passageiro e pontualidade de operação e incremento do número de voos nos horários de pico, de 7h às 11h, e das 17h às 21h. Mas essa operação exige uma capacitação extra dos controladores de voo. Eles farão treinamento prático até setembro, nos simuladores do Decea, em São José dos Campos, em São Paulo.

“A operação abre oportunidades de novos negócios e possibilidades de mais rotas e destinos para os usuários. Nos horários mais concorridos, os passageiros poderão ter uma variedade maior de voos”, declarou, em nota, a Inframerica, concessionária do aeroporto.

PRIMEIRO DA AMÉRICA DO SUL

O Decea é o responsável pela implementação dos procedimentos de navegação aérea e fluxos de tráfego. Segundo o órgão, a operação simultânea das pistas é segura e exige muito trabalho, como se dois aeroportos estivessem sendo controlados ao mesmo tempo. A permissão coloca o Aeroporto de Brasília no primeiro lugar de maior capacidade de pista do País e o único a operar pousos e decolagens simultâneas na América do Sul.

A operação abre oportunidades de novos negócios e possibilidades de mais rotas e destinos para os usuários. Nos horários mais concorridos, os passageiros poderão ter uma variedade maior de voos. O Aeroporto de Brasília tem 45 destinos nacionais e sete internacionais regulares, operados por 12 companhias aéreas. É o segundo aeroporto em movimentação de passageiros do Brasil e o terceiro em movimentação internacional. A média diária de voos no Terminal é de 500 movimentos aéreos. Já de usuários, entre embarques, desembarques e conexão são 49 mil.

O procedimento já é realizado em alguns aeroportos do mundo, como o Aeroporto de Hartsfield-Jackson, em Atlanta, nos Estados Unidos, um dos mais movimentados do mundo. O Terminal possui cinco pistas, sendo que três delas operam simultaneamente.

Além do terminal americano, outros aeroportos como o de Pequim, na China; Heathrow, na Inglaterra; Indira Gandhi, na Índia, também trabalham com operações simultâneas.


Capacidade de voos nos principais aeroportos brasileiros

- JK (Brasília) / 60 pousos e decolagens por hora (passará para 80 a partir de novembro)

- Galeão (Rio de Janeiro) / 48

- Guarulhos (São Paulo) / 47

- Congonhas (São Paulo) / 32-33

- Confins (Belo Horizonte) / 31


Fonte: Secretaria de Aviação Civil

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